Câncer de Cérebro

Câncer de cérebro ocorre quando as células normais do cérebro se transformam em células anormais e apresentam um crescimento descontrolado.

Na população mundial, o câncer de cérebro representa, aproximadamente, 2% de todas as neoplasias malignas. A distribuição etária da incidência se apresenta com característica peculiar, ou seja, possui um pico em crianças e outro em adultos acima dos 45 anos. Tem se observado um aumento na incidência destes tumores nas últimas décadas.

Fatores de risco

As causas do câncer primário do sistema nervoso central ainda não são bem conhecidas.

Os fatores de risco descritos na literatura são encontrados apenas em uma minoria dos casos. São fatores de risco já descritos: passado de tratamento radioterápico local, algumas exposições ocupacionais (exemplo: indústria petroquímica, lavradores), alguns casos de infeção viral, algumas síndromes hereditárias específicas. Um tema que ainda tem gerado muita discussão e controvérsias é a exposição à radiofrequência (exemplo: telefonia móvel e telecomunicações) e o risco de desenvolvimento de tumores cerebrais. Os dados ainda são inconclusivos.

Sinais e sintomas

Alguns tumores cerebrais crescem mais lentamente e outros mais rapidamente. Com o crescimento do tumor, além de poder haver edema cerebral (“inchaço”), ele pode invadir ou comprimir estruturas do cérebro, causando uma série de sintomas.

São possíveis sintomas associados ao câncer cerebral: convulsões, dor de cabeça, náuseas ou vômitos, alterações visuais, alterações cognitivas, alterações na fala, fraqueza ou dormência em algum braço ou perna, alterações no nível de consciência dentre outros.

Devemos destacar, no entanto, que estes sintomas também são causados por uma série de condições que não um câncer cerebral (que podem variar desde uma dor de cabeça simples relacionada à tensão muscular, passando por uma crise de enxaqueca podendo até estar relacionada a doenças mais graves, como um derrame, esclerose múltipla, etc.) Não deixe de relatar estes sintomas ao seu médico, uma vez que ele poderá avaliar melhor estes sintomas.

Tipos de tumor

Astrocitomas
Os astrocitomas são os tumores mais comuns. Originam-se nas células da glia, que constituem o maior componente do tecido cerebral. De acordo com a aparência microscópica e o comportamento biológico, os astrocitomas são divididos em quatro graus de agressividade. São eles: Astrocitoma pilocítico (grau 1); Astrocitoma de baixo grau (grau 2); Astrocitoma anaplásico (grau 3); Glioblastoma multiforme (grau 4).

Oligodendrogliomas
Constituem o segundo tipo mais frequente. Como no caso dos astrocitomas, dividem-se em tumores de baixo e alto grau. Os tumores de baixo grau apresentam crescimento lento e comportamento pouco agressivo. Os de alto grau têm crescimento rápido e são mais agressivos.

Meningiomas
São mais comuns em mulheres e guardam relação com os hormônios femininos e a gravidez. Em mais de 90% dos casos são tumores benignos, que apresentam crescimento extremamente lento, muitas vezes diagnosticados incidentalmente durante exames de rotina. As taxas de cura são muito altas. O tratamento de escolha é a cirurgia, mas com frequência os pacientes podem apenas ser acompanhados.

Uma fração pequena dos meningiomas é agressiva. Nesse caso eles recebem o nome de atípicos ou anaplásicos, e devem ser tratados com cirurgia, eventualmente associada à radioterapia.

Tumores raros
Essa categoria inclui os ependimomas, meduloblastomas e linfomas. Este último acomete preferencialmente pacientes mais idosos e com doenças que comprometem a imunidade, como a AIDS.

Metástases de outros tumores
São os tumores mais encontrados no cérebro. Os que mais formam metástases cerebrais são os que se originam no pulmão, mama, pele (melanoma) e rim. O tratamento das metástases cerebrais depende do quadro clínico, da idade do paciente e do número, tamanho e localização das lesões. O tratamento pode envolver cirurgia, radiocirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a associação dessas modalidades. Metástases cerebrais não serão discutidas neste capítulo, porque seu tratamento depende do tipo de tumor primário que lhes deu origem.

Diagnóstico

Para diagnosticar o câncer cerebral, após a avaliação dos sintomas e dos achados ao exame clínico, seu médico poderá solicitar alguns exames de imagem (exemplo: tomografia ou ressonância). Em alguns casos, também pode ser solicitada uma biópsia, para que seja coletada uma pequena amostra do tumor, para que posteriormente ela seja analisada em um microscópio.

Tratamento

Existem diferentes formas de tratamento dos cânceres cerebrais. Elas podem variar de acordo com o tipo de tumor cerebral, a faixa etária do paciente, a localização do tumor, dentre outras. Para o tratamento pode ser necessário cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em muitos casos é feita a associação entre estas modalidades de tratamento. As taxas de cura também variam de acordo com cada situação específica. Além do tratamento para o câncer cerebral específico, os pacientes também podem precisar de tratamentos para o controle dos sintomas (exemplo: convulsão, inchaço cerebral, etc.)

Fonte: INCA

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