Câncer de Mama

Assim como os tumores de outras partes do corpo, acontece quando uma célula sofre dano em seu DNA e passa a se multiplicar de forma acelerada e desordenada, substituindo o tecido saudável.

É considerado o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, perdendo somente para o câncer de pele não melanoma. A incidência é mais elevada (cerca de 80 casos para cada 100 mil mulheres) na maioria das regiões desenvolvidas e baixa (<40 casos/100 mil) na maior parte das regiões em desenvolvimento. Tem-se observado tendência de aumento dos casos nestas últimas regiões, fato atribuído ao envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida.

No Brasil, a incidência em 2016 foi de cerca de 58 mil casos de câncer de mama, já para 2018, a estimativa é que surjam cerca de 60 mil novos casos. A incidência é maior na região Sul, seguida pelas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e por último a região Norte, onde o predomínio continua do câncer de colo do útero.

Embora raro, o câncer de mama pode, sim, afetar os homens. Representam menos de 1% do total de casos.

A mortalidade por câncer de mama em alguns países desenvolvidos tem reduzido, em grande parte devido ao diagnóstico precoce e aos avanços no tratamento. Entretanto, ela continua alta nos países em desenvolvimento. No Brasil, representa a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres.

Não se trata de uma doença única. Varia de acordo com tipo (ductal, lobular, medular, etc), presença de receptores para hormônios e de hiperexpressão da proteína HER2. Além disso, cada vez mais novas descobertas moleculares sobre esta entidade são descobertas.

Fatores de risco

O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.

A idade, assim como em vários outros tipos de câncer, é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam o risco.

Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos, são mais propensas a desenvolver a doença.

Fatores endócrinos ou relativos à história reprodutiva
Referem-se ao estímulo do hormônio estrogênio produzido pelo próprio organismo ou consumido por meio do uso continuado de substâncias com esse hormônio. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos); menopausa tardia (após os 55 anos); primeira gravidez após os 30 anos; nuliparidade (não ter tido filhos); e uso de contraceptivos orais e de terapia de reposição hormonal pós-menopausa, especialmente se por tempo prolongado.O uso de contraceptivos orais também é considerado um fator de risco pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora muitos estudos sobre o tema tenham resultados controversos

Fatores relacionados a comportamentos ou ao ambiente
Incluem ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade após a menopausa e exposição à radiação ionizante (tipo de radiação presente na radioterapia e em exames de imagem como raios X, mamografia e tomografia computadorizada). O tabagismo é um fator que vem sendo estudado ao longo dos anos, com resultados contraditórios quanto ao aumento do risco de câncer de mama. Atualmente há alguma evidência de que ele aumenta também o risco desse tipo de câncer.

O risco devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência. Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama.

Fatores genéticos/hereditários
Estão relacionados à presença de mutações em determinados genes transmitidos na família, especialmente BRCA1 e BRCA2. Mulheres com histórico de casos de câncer de mama em familiares consanguíneos, sobretudo em idade jovem; de câncer de ovário ou de câncer de mama em homem, podem ter predisposição genética e são consideradas de risco elevado para a doença.

Prevenção primária e secundária (rastreamento)

A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e às características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Entretanto, a amamentação, a prática de atividade física e alimentação saudável com a manutenção do peso corporal ideal estão associadas a um menor risco de desenvolver o câncer de mama. Além disso a abstinência ao uso do álcool também é considerado fator protetor.

A prevenção secundária, com rastreamento através de exames, é indicada para mulheres acima de 50 anos, quando o benefício em relação à mortalidade é mais bem estabelecido em estudos. No Brasil, o rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos é a estratégia recomendada para controle do câncer de mama. As recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce e diagnóstico desse câncer recomenda um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos.

Um estudo observacional comparou o rastreamento mamográfico anual ou a cada dois anos em mulheres caucasianas entre 50-69 anos e não houve diferença estatística entre a taxa de detecção tumoral ou estágio da doença quando identificada. Ressaltamos que é um estudo único e observacional.

Tratamento

O tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada, idade e condições clínicas do paciente. Deve ser sempre individualizado, levando-se em conta as possibilidades, riscos e benefícios de cada intervenção. Pacientes com doenças no mesmo estágio podem realizar tratamentos diferentes, dependendo de características do tumor e do indivíduo. Tudo será considerado e avaliado pelo médico oncologista clínico, que irá mostrar as melhores opções ao paciente.

Quando detectada em estágios iniciais, as taxas de cura são grandes. O tratamento é multidisciplinar e pode envolver quimioterapia ou hormonioterapia (oncologista clínico), cirurgia (mastologista) e radioterapia (radioterapeuta). Muitas vezes o paciente passa por mais de uma dessas modalidades de tratamento, visando redução do risco de recidiva e diminuição do tumor.

Quando a doença encontra-se em estado mais avançado (metástases), o paciente também pode passar por mais de uma modalidade de tratamento, sendo o tratamento bastante individualizado, visando controle da doença por mais tempo e melhor qualidade de vida.

Fonte: INCA

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